quarta-feira, 18 de junho de 2008

DIETAS MALUCAS

Quando a gente fala em emagrecimento, estamos falando em perder definitivamente o excesso de gordura. Mas, perder gordura e não engordar mais requer tempo, paciência, perseverança. E só dá certo quando vem de mãos dadas com reorientação nutricional, atividade física e equilíbrio emocional. Se você quer emagrecer, não se iluda: tem de mudar estilo de vida para sempre!Mas a gente fica tentada a "abreviar" o processo. E sai atrás de uma fórmula mágica. No desespero de emagrecer já, muita garota apela para remédios indicados pela amiga (um perigo!) ou aposta em métodos estapafúrdios como palmilhas emagrecedoras, toalhas que derretem os excessos, injeções de tudo quanto é substância e as famosas dietas "malucas". Dieta da USP (que não tem nada a ver com a USP), dieta da lua, do sol, do abacaxi, a lista não tem fim. Essas dietas têm gosto de punição, significam privação, sofrimento e criam na cabeça da gente a idéia de que, para emagrecer, não se pode comer nada. Que bobagem! Comer nada nos rouba saúde, nos priva de nutrientes, da vida social, do equilíbrio emocional, da beleza – ninguém suporta esse sofrimento. E então, está feito o estrago: a gente passa a confundir alimentação equilibrada com tortura e o fantasma do peso fica mais pesado ainda, quase invencível. Resultado: ou a gente desiste de emagrecer ou continua atrás de um milagre. Uma dieta muito cruel visa apenas a perda de peso e não a manutenção desse novo peso. Não serve para mudar estilo de vida. Suponhamos que você seja uma heroína e consiga perder peso. Quando consegue queimar uns quilinhos, passa a pensar na comida como um inimigo, uma ameaça. O aparente sucesso vira problema, a preocupação se torna uma obsessão e você começa a somar prejuízos sociais, profissionais, afetivos, inclusive com diminuição do interesse sexual. Seu organismo reage à restrição e começa a "economizar combustível", você não consegue perder mais peso, mesmo comendo quase nada. Daí, frustrada, cansada do sacrifício, pode descambar para a compulsão alimentar, alternando dieta rígida X comilança incontrolável. E vem a sensação de fracasso, culpa, falta de controle, ansiedade, depressão. Quem mais emagrece é a sua auto-estima! Se você quiser mesmo mudar seu corpo, então vai precisar encarar a comida de um novo jeito. Ela não é sua inimiga. Só atrapalha sua vida se você colocar nela outros papéis que ela não consegue cumprir. Comida não é afeto, nem amor, nem sucesso. O melhor remédio é uma "investigação" para entender que motivos fazem você procurar na comida o que ela não pode lhe dar. Se emagrecer por conta de um sacrifício, de um artifício, de um milagre, nada haverá mudado realmente na sua vida, só o peso. O verdadeiro problema – a sua relação com o alimento – permanece igualzinho (provavelmente muito piores). O sucesso da dieta rápida, em geral, é tão passageiro e rápido quando a promessa. O peso perdido, não se iluda, logo é reencontrado com juros e correção. E você vai se ver mais uma vez diante de mais um fracasso...Pense bem antes de mergulhar numa dieta louca...
Dr. Marco Antonio De Tommaso tomasso@terra.com.br

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